João de Deus propõe audiência pública sobre o sistema político-eleitoral ‘distritão’
O sistema político-eleitoral conhecido como “distritão” foi tema de debate durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa (Alepi) nesta quarta-feira (23). O deputado João de Deus (PT) afirmou ser importante trazer esse assunto para a Assembleia do Estado porque caso tal sistema seja aprovado no Congresso Nacional, será um enfraquecimento da democracia.
Para o parlamentar, deve haver uma audiência pública na qual estejam presentes os senadores e deputados federais para que uma posição da casa legislativa do Piauí seja ouvida. “Eu defendo que a gente realize esse debate público e que a sociedade acompanhe de forma muito transparente essa discussão. É importante que tenhamos passos à frente, pegando as melhores experiências do mundo para fortalecermos nossa democracia. O distritão é simplesmente a gente regredir e destruir o que chamamos de partidos políticos, que já são, em sua maioria, muito frágeis”.
No “distritão”, o candidato eleito seria aquele que teve mais votos. Nesse sentido, para o parlamentar, os partidos perderiam o sentido de existir e as minorias não teriam mais representação, pois os eleitos seriam aqueles de maior poder financeiro. “Nesse sistema, os votos válidos são aqueles utilizado apenas pelos mais votados, todos os outros votos são descartados. A Câmara dos Deputados, se assim fosse, estaria representada apenas por uma minoria da sociedade brasileira”, explica.
Para João de Deus, esse sistema político-eleitoral fragmentaria os partidos políticos, ou seja, “o candidato eleito não tem mais ligação com o partido, pois o que importa são apenas os votos dele. A base da democracia é a representação, que existe através dos partidos políticos”. Ainda para o deputado, isso “é extremamente nocivo, pois os partidos seriam apenas figuras decorativas, sem nenhuma expressão, sem nenhuma força política”.
O posicionamento contrário ao “distritão” ganhou apoio dos deputados Ziza Carvalho (PT), Paulo Martins (PT) e Cícero Magalhães (PT).
Fonte: Alepi