Lula: um mandato mais à esquerda ainda
Por Moisés Mendes em seu Blog
Algumas anotações sobre a entrevista de Lula à TV 247 na terça-feira, quando ficou claro mais uma vez que as falas dele e as intenções do terceiro governo estão mais à esquerda (apesar das barreiras das alianças) do que nos quatro governos anteriores do PT.
Se depender de Lula, Bolsonaro, Sergio Moro, os militares e o presidente do Banco Central não terão folga.
Bolsonaro foi lembrado mais uma vez como responsável pela destruição da economia. Lula disse se sentir como alguém que tenta ocupar a casa depois de um terremoto.
Os militares já foram aconselhados a se retirar da política, e os comandos prometeram que as Forças Armadas serão despolitizadas.
Ressaltou que os participantes de atos golpistas serão julgados pela Justiça Comum (uma decisão de Alexandre de Moraes).
A extrema direita que fabrica fake news foi atacada como fenômeno que não é apenas brasileiro.
Lula acha que aqui e em muitos países o ativismo dos fascistas continua muito vivo. E que combatê-los como disseminadores de ódios e mentiras é também tarefa da população
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi acusado de atitude irresponsável ao insistir na manutenção do juro alto.
Mas Lula admitiu que não há o que fazer, porque o sujeito tem mandato.
A parte dedicada a Sergio Moro foi a mais dramática e a mais engraçada. Lula chorou ao dizer que deitava olhando para o teto no cárcere de Curitiba.
E repetiu o que dizia a procuradores que apareciam na cadeia e perguntavam se ele estava bem: “Só vai estar bem quando eu foder com o Sergio Moro”.
Sobre a guerra, foi categórico de novo. Condenou a invasão da Ucrânia pelos russos e repetiu que se dispõe a trabalhar pela paz.
Reconheceu que é preciso voltar a fazer carinho na classe média, com medidas concretas (principalmente na área da casa própria), e baixou a ripa no mercado financeiro.
Nada de muito novo, mas a entrevista teve o mérito de mostrar Lula com força para a luta e sem medo dos chefes e cúmplices de manés e terroristas.
Fonte: pensarpiaui.com