No Dia de Finados, o Brasil chora seus 160 mil mortos por Covid-19

 No Dia de Finados, o Brasil chora seus 160 mil mortos por Covid-19

“Vidas que eram histórias, sonhos, momentos”. O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, lembrou, nesta segunda-feira (2), Dia de Finados, as 160.104 vidas perdidas por causa da Covid-19. O consórcio de veículos de imprensa também registrou 5,5 milhões de infecções por coronavírus, número alarmante que mantém o Brasil em terceiro lugar no mundo em número de contágios e segundo em mortes, atrás apenas dos EUA. Um país vítima de um governo sabotador e negligente, cujo presidente demonstra apenas desprezo pela vida humana.

“Quantos planos interrompidos? Quantas famílias destruídas?”, indagou Carvalho, pelo Twitter. “Minha solidariedade à cada uma e cada um desses brasileiros que perderam seus entes queridos. Força e fé que esse país volte um dia a cuidar de seus filhos”, escreveu o senador.

“Finados é um dia triste, lembramos aqueles que perdemos. E este dia de finados fica mais pesado ainda, com o Brasil chegando a 160 mil mortos por covid-19”, disse a presidenta do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann. “Solidariedade a todas as famílias que choram seus mortos. Pensar que grande parte dessa tragédia poderia ter sido evitada”.

A candidata à Prefeitura do Rio pelo PT, Benedita da Silva, também lamentou as mortes e pediu que as vítimas não sejam esquecidas, “12 mil só na cidade do Rio, por culpa desse presidente e prefeito irresponsáveis que não se preocuparam com a pandemia”.

programa eleitoral de Benedita lembrou que, enquanto profissionais de saúde assumiam a difícil missão de escolher quais vidas salvar por falta de respiradores, o governo federal mantinha na cidade quase dois mil leitos ociosos. “Vamos lembrar deles e continuar na luta pelos que estão aqui”, prometeu Benedita.

Sem plano, sem ministro

Oito meses depois da chegada do vírus ao país, o Brasil encontra-se à deriva, sem direção ou plano de emergência para controle e mitigação do surto, que diminuiu o ritmo de contágio não graças ao governo. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, está internando por causa de complicações da doença desde a sexta-feira (29).

Depois de ter testado positivo, ele chegou a gravar um vídeo ao lado de Bolsonaro, dizendo ter se tratado com hidroxicloroquina, a droga cujos testes foram abandonados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por falta de comprovação de sua eficácia. “Mais um caso concreto de que a hidroxicloroquina deu certo”, declarou Bolsonaro.

“Infelizmente o Sr. Ministro está internado”, afirmou o deputado federal (PT-SP), Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde nos governos Lula e Dilma. “Torço pela sua recuperação. E que ninguém caia mais nesse charlatanismo”, escreveu o deputado, pelo Twitter.

Distribuição de cloroquina

Neste final de semana a agência ‘Reuters’ lembrou em reportagem que Bolsonaro demitiu dois ministros da pasta porque não apoiaram a recomendação do uso da droga como tratamento da doença. “Pazuello, um general do Exército na ativa sem diploma de médico, expandiu o acesso à cloroquina e permitiu que ela fosse prescrita a praticamente qualquer pessoa com teste positivo para o coronavírus”, aponta a agência de notícias.

“Aproximadamente metade do gabinete de 23 membros de Bolsonaro pegou o coronavírus, assim como o presidente e sua esposa”, informou a ‘Reuters’. Mas nada parece convencer Bolsonaro sobre a gravidade do surto. Na semana passada, ele declarou “não entender” a decisão do governo francês de adotar um ‘lockdown’, uma quarentena forçada, para frear o avanço da pandemia. A França registrou recentemente cerca de 33 mil novos casos diários.

“Olha, eu não consigo entender uma medida como essa porque tá aí o vírus. Vai ter que enfrentá-lo. Tá de máscara, tudo bem, mas daqui a pouco nada disso vai tá livre dele vírus” (sic), afirmou Bolsonaro diante de um grupo de pessoas perto do Palácio da Alvorada.

“O objetivo do isolamento social , que tá errado, eu falei que estava errado desde aquele momento, serviu só para bagunçar com economia, e era para fazer com que não houvesse muita contaminação ao mesmo tempo para não saturar hospital”, disse o presidente, considerado mundialmente como o pior líder no combate à pandemia.

Além do exército de mortos, a economia do país está em frangalhos, com o desemprego e a fome atingido milhões de famílias, em um quadro de recrudescimento da pandemia previsto para o verão. Neste Dia de Finados, só resta ao país manter o luto e chorar.

Da Redação, com informações de ‘Reuters’

Fonte: pt.org.br

Compartilhe