OMS faz apelo para que Brasil “leve a sério” a segunda onda do coronavírus
A coletiva desta segunda-feira (30) do diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, teve como principal tema o Brasil, e mais especificamente o cenário que o país encara com a consolidação de uma segunda onda da pandemia do coronavírus SARS-CoV-2, que o especialista considerou “muito, muito preocupante”.
Por isso, Ghebreyesus aproveitou sua declaração para fazer um apelo às autoridades brasileiras: “gostaria que o Brasil levasse a sério. O número de casos no país se duplicou entre os dias 2 e 26 de novembro, e as mortes também aumentaram significativamente”.
Atualmente, o Brasil é o terceiro país do mundo com mais casos de covid-19 (infecção causada pelo vírus SARS-CoV-2), com mais de 6,3 milhões de infectados, número que é superado pela Índia (9,4 milhões) e pelos Estados Unidos (13,5 milhões). Em número de mortes, o Brasil está em segundo lugar no planeta, com 173 mil, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que registra 267 mil óbitos.
Além da postura negacionista do governo de Jair Bolsonaro, que tem se mostrado contrário às medidas de proteção contra o vírus, como o distanciamento social e o uso de máscaras, as contradições do Brasil também incluíram uma política errática sobre a pandemia durante a campanha eleitoral.
Atoridades como o governador de São Paulo, João Dória, e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (candidato à reeleição) se negaram a admitir um crescimento no número de casos, apesar de vários hospitais afirmarem estar perto da situação de colapso. Durante um debate com Guilherme Boulos, seu adversário na disputa municipal, Covas chegou a acusá-lo de “fazer terrorismo” ao falar em segunda onda da pandemia.
Curiosamente, nesta mesma segunda-feira, um dia depois do segundo turno das eleições municipais – que, no caso de São Paulo, terminou com a reeleição de Covas –, tanto o governador quanto o prefeito esqueceram do que foi negado por eles durante as últimas semanas, admitiram que os casos de covid-19 aumentaram e decretaram “fase amarela” nos territórios que administram.
Fonte: Revista Fórum