Efeito Lula: índice de confiança entre comerciantes volta a subir
O índice de confiança dos comerciantes brasileiros subiu 0,3% entre julho e agosto, na série com ajuste sazonal, interrompendo uma sequência de três meses de quedas. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e apontam que o indicador alcançou 110,6 pontos, na zona de satisfação.
Segundo o levantamento, o aumento da confiança dos comerciantes se deve, em grande parte, às sucessivas quedas da inflação e à recente redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central.
Na passagem de julho para agosto, a avaliação das condições atuais entre os comerciantes cresceu 1,0%, para 87,4 pontos, com melhora nos quesitos economia (alta de 3,4%, para 74,6 pontos) e setor (0,4%, para 83,1 pontos), mas ligeira queda para o quesito empresa (-0,1%, para 104,4 pontos).
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Quanto às expectativas, houve redução de 0,2% em agosto ante julho, para 141,7 pontos, com recuos nos quesitos economia (-0,3%, para 131,1 pontos) e empresa (-0,7%, para 152,3 pontos), mas melhora na perspectiva para o setor (alta de 0,6%, para 141,6 pontos).
Já as intenções de investimentos cresceram 0,2% em agosto ante julho, para 102,9 pontos, com expansão na intenção de contratação de funcionários (0,7%, para 119,3 pontos) e em estoques (0,3%, para 91,5 pontos), mas queda na empresa (-0,3%, para 97,8 pontos).
Em nota, a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, afirmou que o aumento na intenção de contratações de funcionários em agosto pode ser atribuído “à aproximação de datas relevantes do calendário de vendas no varejo neste segundo semestre, ao alívio da renda vindo da inflação mais baixa e da resiliência do mercado de trabalho”.
Inadimplência
A CNC aponta também que um aumento da inadimplência empresarial ainda preocupa o varejo. “Segundo dados do Banco Central, houve um crescimento acelerado da inadimplência acima de 90 dias no crédito com recursos livres entre as pessoas jurídicas desde a segunda metade de 2022. Aproximadamente 3,3% do crédito destinado às empresas está em situação de inadimplência há mais de três meses, o maior percentual desde agosto de 2018”, frisou a entidade.
Já em relação ao nível de endividamento e inadimplência entre os consumidores, embora permaneça elevado, a CNC avalia que o início do processo de redução da taxa básica de juros (Selic) “trouxe certo alívio”. “Isso repercutiu no otimismo dos comerciantes de bens duráveis (eletroeletrônicos, móveis, decorações, cine/foto/som, materiais de construção e veículos), com o índice de confiança desse grupo atingindo 105,3 pontos”, diz a nota da CNC.
Os dados da CNC sobre inadimplência demonstram os efeitos nocivos da insistência do bolsonarista Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em manter a taxa básica de juros (Selic) em patamares extorsivos. No início de agosto, após muitas pressões, o índice foi reduzido em apenas 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
A entidade aponta que, embora o nível de endividamento e inadimplência entre os consumidores permaneça elevado, o início do processo de redução da taxa básica de juros, a Selic, “trouxe certo alívio”.
“Isso repercutiu no otimismo dos comerciantes de bens duráveis (eletroeletrônicos, móveis, decorações, cine/foto/som, materiais de construção e veículos), com o índice de confiança desse grupo atingindo 105,3 pontos”, diz a nota da CNC.
Fonte: pt.org.br