13 de agosto: Por que as mulheres vão para as ruas?
No próximo dia 13 de agosto, sábado, as mulheres do PT se unirão ao chamado da manifestação de mulheres em todo país no grande ato pela reconstrução do Brasil. A iniciativa é do Comitê Popular de Luta Nacional ‘Mulheres com Lula’ e acontecerá em todos os estados.
“Nós vamos para as ruas porque queremos construir um futuro mais digno para povo brasileiro. Fomos as mais prejudicadas por esse governo. É desemprego, despejo, retirada de direitos, o preço dos alimentos não para de subir e a fome toma conta. Queremos o direito a uma vida digna para todos e todas”, afirmou Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT.
O ato é organizado por mulheres do PT, PSOL, PCdoB, PSB, PV, Rede e Solidariedade, além de movimentos sociais e feministas. Dentre as pautas que irão para as ruas, estão a defesa de políticas sociais, medidas contra a violência e a defesa do sistema eleitoral e da democracia.
Infelizmente, motivos não faltam para as mulheres rejeitarem o governo Bolsonaro.
A fome chega nos lares chefiados por mulheres – negras e residentes do Norte e Nordeste são as que mais sofrem
Em dois anos, a fome em lares de famílias pretas e pardas aumentou 8% da fome, segundo a Rede PENSSAN, de 2020. Essa também foi a porcentagem de alta da fome nas casas chefiadas por mulheres, onde os números passaram de 11,2% para 19,3%. Agora, a cada dez lares chefiados por mulheres ou pessoas negras de qualquer gênero, seis têm algum tipo de restrição de acesso a alimentos. Entre famílias chefiadas por homens, independentemente de raça, o índice é de 53,6%. Entre lares chefiados por pessoas brancas, é de 46,8%.
Salário menor, desempregada, sem direitos e fora da prioridade do governo
As mulheres ganham menos do que os homens, com a crise econômica foram as primeiras a perderem os empregos e são as que mais demoram para retornar. E, para completar o quadro dos ataques do governo contra a vida das mulheres, elas não são mais prioridade para receber auxílio.
Nos governos do PT, as mulheres tinham um tratamento diferenciado para receber o Bolsa-Família. Agora, com o programa de Bolsonaro, o valor é único e não considera as diferentes realidades, fazendo com que homens sozinhos, como caminhoneiros e taxistas, recebam o mesmo que mulheres chefes de famílias com filhos e pessoas sob sua responsabilidade.
Cada dia mais difícil colocar comida na mesa
As famílias brasileiras estão pagando um preço alto por conta da política econômica adotada pelo governo Bolsonaro. Itens básicos estão mais caros e começam a faltar na mesa das trabalhadoras. O leite longa vida sofreu um aumento de 22,27%. E não parou por aí. Derivados como requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%) também subiram. O valor do gás, da conta de luz, o preço do aluguel começa a inflacionar e o salário não fecha no fim do mês.
Houve ainda aceleração na alimentação fora do domicílio, que teve alta de 1,27% em julho, ante 0,74% do mês anterior. Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às registradas em junho (1,10% e 0,70%, respectivamente).
Violentadas e sem ter aonde recorrer
O governo Bolsonaro destinou, em 2022, o menor recurso dos últimos quatro anos para as políticas de combate à violência contra a mulher. Enquanto o governo corta recursos, a violência cresce, sobretudo entre as mulheres negras. O Atlas da Violência 2021, do Ipea, apontou que mais de 66% das vítimas de feminicídio em todo país são mulheres negras. De 2016 para cá, o feminicídio aumentou quase 50%, segundo dados do CNJ. No último ano, as medidas protetivas de urgências aumentaram cerca de 15%, sem contar os casos de subnotificação.
A vida das mulheres em risco permanente
No Brasil, 4 mulheres são vítimas de feminicídio por dia, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – cerca de 30% dessas mortes são provocadas por arma de fogo. Mulheres que querem o fim do relacionamento, que não conseguem se divorciar, querem tirar seus filhos de uma situação de violência, simplesmente querem viver em paz, não conseguem porque podem morrer a qualquer momento.
Com a política armamentista de Bolsonaro, o cenário que já era perigoso, ficou ainda mais violento. De 2019 a março de 2022, mais de 400 mil novas armas de fogo foram registradas no país, segundo dados da Polícia Federal. Desse total, mais 96% estão em nome de homens.
Fonte: pt.org.br