Gleisi, sobre indulto de Bolsonaro: “Gravíssimo ataque à democracia”
No que toca à fotografia que ilustra a notícia publicada, reporto-me aos leitores com o fim de devidamente atribuir sua autoria ao fotógrafo Albari Rosa da Silva.
A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), definiu como “gravíssimo ataque à democracia” o “indulto individual” concedido na quinta-feira (21) por Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira, condenado a 8 anos e 9 meses de reclusão por instigar a população contra o Supremo Tribunal Federal e seus ministros.
Gleisi alertou, pelo Twitter, nesta sexta-feira (22), que Bolsonaro utiliza instrumentos da democracia contra a própria democracia e alerta que se tornou urgente e necessário a união de todos para “defender o país contra um golpista” e “preservar o processo eleitoral”. Leia o que a presidenta do PT escreveu:
1) O decreto de Bolsonaro para salvar a pele de seu cúmplice condenado por atentar contra a democracia é pior que uma afronta ao STF. É um gravíssimo ataque à democracia.
2) Bolsonaro reinterpreta a Constituição de forma distorcida para rasgar a Constituição. Manipula prerrogativas institucionais para atacar as instituições. Utiliza instrumentos da democracia para derrotar a democracia.
3) Chegamos a esta situação dramática porque nem sempre houve a reação devida contra o autoritarismo de um pregador da tortura. E ele avançou, com a ousadia dos canalhas.
4) Não se trata mais de debater os fundamentos jurídicos ou injurídicos de um decreto de natureza claramente política, de índole absolutista. Trata-se de defender o país contra um golpista.
5) A sociedade organizada, os partidos políticos, as instituições democráticas, os que têm voz na mídia, nas redes sociais e na opinião pública, têm o dever de isolar Bolsonaro, reagir à escalada e preservar o processo eleitoral.
Juristas se manifestam
Gleisi já havia se manifestado na quinta-feira sobre o mesmo assunto, quando disse: “Se Bolsonaro tivesse agido tão rapidamente para enfrentar a pandemia, a inflação e o desemprego, como fez para salvar a pele de seu cúmplice condenado por atentar contra a democracia, o Brasil e o povo não estariam sofrendo a maior crise da história”.
Nesta sexta-feira, um grupo de juristas, que incluem o ex-ministro da Justiça no governo Dilma Eugênio Aragão e os advogados de Lula Cristiano Zanin e Valeska Martins, se manifestaram por meio de nota sobre o que definiram como “verdadeiro crime contra a democracia”. Segundo eles, Bolsonaro atentou contra a independência do Judiciário, “o que, por si, configura crime de responsabilidade a implicar perda do cargo e inelegibilidade”.
Fonte: pt.org.br