Presidente da Anvisa culpa Nise Yamaguchi por proposta de mudança na bula da cloroquina

 Presidente da Anvisa culpa Nise Yamaguchi por proposta de mudança na bula da cloroquina

Brasil247

Em depoimento na CPI da Covid, nesta terça-feira (11), o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, confirmou que o Palácio do Planalto tinha uma minuta sugerindo a inclusão da cloroquina um dos medicamentos para ser usado contra a Covid-19. Em sua fala, Torres afirmou que a médica Nise Yamaguchi foi a principal entusiasta do uso do remédio, sem eficácia comprovada pela comunidade científica.

O dirigente afirmou que a médica estava “mobilizada” pela mudança da bula. “Aquilo me provocou uma reação deseducada. Falei que não poderia acontecer. Isso não tem cabimento. Só que pode modificar a bula é a agência reguladora do País, mas desde que solicitado pelo laboratório depois de estudos clínicos, disse.

“Na minha visão não está contemplada essa medicação. (Minha avaliação) contempla testagem e diagnóstico precoce”, disse ele, que negou defender o tratamento precoce contra a Covid-19.

O dirigente afirmou que houve uma reunião com Braga Neto, quando o general era ministro da Casa Civil, (atualmente está na Defesa), com Luzi Henrique Mandetta (então Ministro da Saúde), Nise Yamaguchi (médica defensora da cloroquina) e outro mais um médico, cujo nome não se recorda).

Em referência à cloroquina, o presidente da Anvisa afirmou que “existe um estudo em aberto, que avalia dados de uso em casos leves, com previsão para acabar em dezembro”. “Estudos apontam a não eficácia comprovada”, acrescentou.

Em depoimento na CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta havia dito que a ordem referente ao uso de hidroxicloroquina no tratamento precoce contra a Covid-19 não partiu da pasta. “Havia um papel não timbrado com informações sugerindo que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa e o próprio presidente Barra Torres que disse ‘isso não’. Alguém botou aquilo em formato de decreto”, disse.

Fonte: Brasil247

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