Consórcio Nordeste mantém pressão por liberação da vacina Sputnik V

 Consórcio Nordeste mantém pressão por liberação da vacina Sputnik V

Apesar de a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) manter a posição de não liberar a importação da vacina russa Sputnik V, os governadores continuam fazendo pressão para adquirir 66 milhões de doses do imunizante, atualmente utilizado em mais de 62 países. Para o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, a vacina russa é fundamental para que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) avance na proteção da população brasileira contra a Covid-19.

“O Brasil já perdeu tempo demais na imunização do nosso povo”, critica Wellington Dias. “Países nas condições de laboratórios como o Brasil estão completando a imunização do seu povo neste mês de maio a junho”, justifica o governador. Enquanto o impasse não é solucionado, Dias afirma que os governadores continuam empenhados em trazer imunizantes para o Brasil.

“Pelo Fórum dos Governadores vamos seguir trabalhando e buscando alternativas de mais vacinas para alcançar a imunização de cerca de 70% ou mais da população brasileira até julho, máximo agosto próximo”, explica o petista, que é o responsável pela temática das vacinas no Fórum.

“Somente neste patamar teremos um ambiente para uma retomada segura da economia e recuperação do social”, aponta Wellington Dias. “Por isto a nossa luta por mais vacinas. Um caminho seguro é a produção de IFA no Brasil pela Fiocruz, Butatan e União Quimica. Não vamos desistir desta meta”, assegura.

A expectava dos governadores é ampliar, ainda no primeiro semestre, as doses e o número de aplicações diárias. “Temos a esperança também de a partir de junho ter mais vacinas em oferta e termos uma rede de vacinação em todos os Estados e municípios para vacinar acima de 2 milhões de pessoas por dia”, ressalta Dias. “O que falta mesmo é vacina e não vamos nos conformar em esperar esta meta para dezembro, o país não aguenta”.

Chile negocia 4 milhões de doses

O diretor do Instituto de Saúde Pública do Chile (ISP) Heriberto Garcia afirmou, na sexta-feira (30), que não vê evidências de problemas com a segurança da Sputnik V. Os chilenos estão negociando a importação de 4 milhões de doses. Garcia informou a agência Reuters que mesmo que o laboratório russo relatasse a presença de anedovírus replicantes (RCA), isso não seria motivo para rejeição, como foi no caso da Anvisa.

“Temos que equilibrar o benefício de ser vacinado e não ser vacinado”, disse ele à Reuters. “Se o vírus se replicar, você vai pegar no máximo um resfriado comum. Se não for vacinado, você pode ter Covid-19”, sustenta o diretor. O Chile espera vacinar 80% da população até julho.

Segundo a Reuters, o Instituto Gamaleya de Moscou, que desenvolveu a Sputnik V, reafirmou em comunicado à agência que nenhum RCA foi detectado em lotes da vacina. O Instituto assegura que a vacina é 97,6% eficaz contra a Covid-19 em uma avaliação do “mundo real”, baseada em dados de 3,8 milhões de pessoas.

CPI quer dados da Anvisa

A Anvisa e o imbróglio envolvendo a Sputnik V entraram na mira da CPI da Covid, instalada no Senado. O senador Otto Alencar apresentará nesta semana requerimento para que o Ministério da Ciência e Tecnologia apresente documentação detalhando o parecer técnico acerca do adenovírus.

A CPI também quer acesso às gravações das reuniões onde a Anvisa tratou de vacinas. O presidente da agência, Antonio Barra Torres, prestará depoimento no Senado nesta quinta-feira (5). Na semana passada, ele declarou à CNN que “as dificuldades da Sputnik V podem ser superadas”.

Da Redação, com informações de Reuters e Folha

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