O PT é antes de tudo um forte
Por Wellington Soares, professor, escritor e ativista cultural
Além de mostrar a farsa jurídica da Lava Jato, a decisão do STF, tornando Lula inocente, deixou claro que as elites tupiniquins não têm, e nunca terão, nenhum escrúpulo em perseguir os partidos de esquerda, sobretudo, o Partido dos Trabalhadores, tanto pelas administrações exitosas à frente do governo federal quanto pela representatividade nacional.
O plano foi o mais ousado até o presente momento. Segundo alguns, forjado até fora do Brasil, com ramificações em vários setores da sociedade – judiciário, imprensa, parlamento, classe empresarial, forças armadas, mercado financeiro, agronegócio, evangélicos etc. E dividido, claro, em etapas: impeachment da presidenta Dilma, prisão e inegibilidade do Lula e eleição de um candidato, no caso Jair Bolsonaro, fiel aos preceitos econômicos do neoliberalismo.
Coroando tudo, bom não esquecer, reduzir o PT a um partidozinho qualquer, sem força nem expressão, daí a campanha sistemática de difamação contra a sigla, especialmente em tempos pré-eleitorais, capitaneada pelo Grupo Globo de Comunicação. O golpe surtiu efeito nas campanhas de 2016 e 2018, com o partido elegendo bem menos que o esperado. Sem falar ainda de petistas (?) que, sob pressão e medo da “porca”, caíram fora e concorreram por outras agremiações.
A volta de Lula ao cenário político traz um sopro de esperança à nossa aguerrida militância e aos vereadores, prefeitos, governadores, deputados (estaduais e federais) e senadores do partido. Bem como aos companheiros de esquerda e aos democratas brasileiros de um modo geral. Afinal, temos sangrado demais, chorado pra cachorro, até morrido um pouco nos últimos anos, parafraseando o saudoso Belchior, mas em 2022 não morreremos porra nenhuma, iremos à desforra.
Mesmo sob bombardeio constante, o PT ostenta, comparado a outras siglas, números invejáveis em termos de representação. Não à toa ser um dos partidos mais importantes e respeitados da América Latina.
NÚMEROS DO PT NACIONAL
Prefeitos
183
Vereadores
2.700
Dep. Estaduais
85
Dep. Federais
56 (maior bancada na Câmara)
Senadores
6
Governadores
4 (PI/CE/BA/RN)
Nº de Filiados
1,3 milhão
Diretórios Estaduais
26 e o DF
Preferência do Eleitorado
24% (o mais popular do país)