Lula: “Bolsonaro não se preocupa com a Covid nem com a economia”
“A democracia sofreu um acidente por culpa de Bolsonaro. O presidente não se preocupa com a Covid nem com a economia, a educação ou as relações internacionais. Deixamos de comprar vacinas quando podíamos e deixamos de vacinar quando devíamos. Agora mesmo, Bolsonaro continua fazendo campanha contra a vacina e contra o isolamento. É quase um genocídio. O Brasil não merece isso”, afirmou Lula em entrevista ao El País.
Lula, que segundo o jornal espanhol, é “ energia em estado puro (…) que superou o câncer, o coronavírus e a prisão”, diz que se sente inquieto em casa, com vontade de voltar a percorrer o Brasil. Aguarda, porém, o momento em que seja seguro fazê-lo. Por ora, me cuidarei e respeitarei a ciência. Quando me vacinarem e me autorizarem, sairei”, garantiu.
Sua vontade é lembrar a todos que o Brasil e a América Latina podem voltar a sonhar grande. “Sejamos sinceros, [meu tempo] foi o melhor momento da América Latina desde Colombo. E agora, a região deve convencer-se de que não pode continuar sendo a região do mundo com mais desemprego, mais miséria e mais violência”, defendeu.
Soberania e otimismo
O ex-presidente também defendeu a soberania do país e do continente sul-americano. “O Brasil tem que recuperar protagonismo internacional e isso é o que os americanos não querem. Não querem competência. Por exemplo, não é aceitável que Trump ameace a invadir a Venezuela e que os países europeus reconheçam Juan Guaidó como presidente. Como podem reconhecer um impostor, que não se apresentou às eleições? A Europa desapareceu da política. Tudo são comissões. Comissão para isso, comissão para aquilo… tudo burocracia. A política tem de voltar a assumir seu papel, a tomar grandes decisões”, disse.
E, apesar da grande injustiça que sofreu e dos imensos desafios que o país tem pela frente, Lula mostrou não ter perdido a crença em dias melhores. “Aprendi com uma mãe analfabeta que não podemos viver ressentidos, que devemos ser fortes e crer que a vida pode melhorar. Tenho muito otimismo.”
Da Redação