Governo Bolsonaro foi alertado sobre colapso em Manaus 10 dias antes, diz “Pública”
Uma reportagem publicada pela ‘Agência Pública’ revela que o governo Bolsonaro fora alertado sobre o risco de colapso do sistema de saúde em Manaus (AM) 10 dias antes da falta de oxigênio. O documento foi produzido pelo Ministério da Saúde e data de 4 de janeiro, antes, portanto da visita do ministro Eduardo Pazuello à capital amazonense.
“O diagnóstico foi a principal conclusão de uma comitiva do Ministério da Saúde que visitou a capital do Amazonas mais de uma semana antes do colapso no sistema de saúde local”, descreve a reportagem da ‘Pública’. “Exatos 10 dias depois, hospitais de Manaus esgotaram suas reservas de oxigênio com pacientes morrendo por asfixia”.
Ainda de acordo com a agência de jornalismo investigativo, a pasta também identificou dificuldades na compra de materiais para consumo hospitalar, como medicamentos e equipamentos, problemas na contratação de profissionais de saúde habilitados para trabalhar nas UTIs, além da urgência em providenciar novos leitos rapidamente para os pacientes em espera desde o inicio de janeiro.
“O governo também já sabia da possibilidade de transferência de pacientes para hospitais universitários federais de todo o Brasil e para a rede de saúde no Rio de Janeiro”, revela a agência de notícias. Ainda de acordo com a Pública, o relatório foi enviado pela Advocacia Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal no domingo (17).
A pasta, informa a agência, vinha alertando sobre os problemas em Manaus desde dezembro, quando identificou um aumento expressivo de casos e internações. O quadro levou Pazuello a reunir-se com técnicos da pasta para tratar do assunto. Foi quando decidiu-se pela viagem para Manaus.
“No dia 6 de janeiro, o Ministério da Saúde publicou o “Plano Manaus”, com decisões para o governo federal e também orientações às administrações estaduais e municipais para lidar com o colapso iminente”, observa a reportagem, para em seguida apontar o fracasso do governo na resolução da crise para evitar mortes.
“A atuação do Ministério da Saúde, contudo, ocorreu tarde demais para Manaus. Em documento do dia 17 de janeiro, o governo reconhece que “os casos de hospitalização seguiram subindo” nos dias seguintes à execução do ‘Plano Manaus’”, afirma a agência.
Da Redação, com ‘Agência Pública’
Fonte: pt.org.br