CUT: Saída da Ford no Brasil e demissões no BB são lógicas capitalistas de Bolsonaro
A montadora FORD, após um século no Brasil, anunciou o fim de sua atividade industrial nas fábricas de Camaçari (Bahia), Horizonte(Ceará) e Taubaté (São Paulo), nesta terça-feira (12). Em 2019, já havia fechado a planta de São Bernardo do Campo.
Essa decisão impacta de pronto cinco mil empregos diretos. Uma empresa com presença centenária no Brasil, que sempre utilizou subsídios governamentais, justifica a saída do país pelas dificuldades de manter seus rendimentos em virtude da pandemia.
O Banco do Brasil anuncia no mesmo dia um amplo programa de reestruturação com fechamento de agências e perda também de aproximadamente 5 mil empregos diretos. Um esvaziamento e enfraquecimento do papel significativo de banco público, que compromete não só a solidez e um patrimônio da nação brasileira, como também o essencial papel de promotor do desenvolvimento nacional.
No primeiro caso, é explicita a lógica capitalista e no segundo, um exemplo cristalino de como o governo Bolsonaro gestiona o patrimônio público para entrega da soberania nacional.
A industrialização brasileira sofre por décadas de pouco investimento em tecnologias e diversificação; os momentos inovadores só ocorreram protagonizados e induzidos pelo financiamento de longo-prazo de bancos públicos e pelo investimento tecnológico de empresas estatais. A participação do Brasil na produção industrial mundial caiu para 1,19% em 2019 e o peso da indústria no PIB foi de apenas cerca de 10,4%.
Num país com o desemprego nas alturas, milhares de empregos de qualidade são destruídos da noite para o dia. Sabemos que uma projeto nacional, com ação estatal orientada para o estímulo à industrialização e à revitalização da capacidade de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia poderia reverter essa situação; porém, esse não é o objetivo da política econômica de Guedes e Bolsonaro.
Ficam cada dia mais nítidos os verdadeiros objetivos econômicos de Bolsonaro e sua corja: limitar o país à exportação de commodities e delapidar o Estado brasileiro; seja pela via das privatizações, seja pela drenagem do orçamento das políticas públicas para o enriquecimento de milionários. A destruição do Brasil como nação é o plano.
Por isso, a CUT e suas entidades repudiam o gesto da Ford Motor Company, denunciam a falta de reação governamental e se colocam na linha de frente da luta para que os empregos sejam mantidos.
Direção Executiva Nacional da CUT
Fonte: pt.org.br