Camilo Santana confronta governo Bolsonaro e exige direito de testar turistas internacionais
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), enviou ofício ao ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro, Ernesto Araújo, para exigir que o governo federal autorize a realização de testes em passageiros internacionais que desembaquem no Estado. A medida tem por objetivo enfrentar a segunda onda da pandemia no Ceará, que foi um dos Estados mais atingidos pela primeira onda, com mais de 260 mil casos e 9.211 mortos até agora.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou ao Estado o direito de testar passageiros que chegarem ao Ceará em voos internacionais. dentro do Aeroporto Internacional de Fortaleza.
“Após ter solicitado apoio ao Governo Federal para reforçar as ações de controle sanitário no Aeroporto de Fortaleza, em virtude do aumento dos casos de Covid na Europa e EUA, e da Anvisa ter negado que o Governo do Estado realizasse testes nos passageiros que chegam ao Ceará vindos de voos internacionais, como propôs o nosso Governo, enviei ontem ofício ao ministro das Relações Exteriores para que seja seguido o princípio da reciprocidade, de acordo com o Direito Internacional Público. Ou seja, que as mesmas exigências feitas aos brasileiros no exterior sejam praticadas em solo nacional, como a realização obrigatória do exame de Covid antes do passageiro embarcar para o Brasil”, informou o governador no Facebook.
“Dessa forma, busco garantir mais segurança para os cearenses, prevenindo que nosso aeroporto seja porta de entrada de um novo surto de Covid. Ressalto que os estrangeiros sempre foram e sempre serão muito bem recebidos no Ceará. A medida representaria a proteção de todos”, acrescentou.
A iniciativa da Anvisa está em linha com o negacionismo de Jair Bolsonaro, que chegou a classifica o coronavírus como uma “gripezinha”, em março, e perguntou “e daí?” ao ser questionado sobre os cinco mil mortos pela doença, em abril.
O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking global de casos (5,2 milhões) da Covid-19, atrás dos Estados Unidos (8,4 milhões) e da Índia (7,5 milhões). Em número de óbitos (154 mil), o País fica em segundo lugar. Perde apenas para os EUA (225 mil).
Fonte: Brasil247